Doutrina Orixás Umbanda

Falangeiros de Orixás

Saudações maninhos… Como foram de carnaval?

Aqui estou eu para tentar elucidar um pouco sobre a diferença de Orixás, Falangeiros e os Guias Espirituais dos quais trabalhamos.

Existe muita confusão quanto a esse aspecto e gostaria de tentar esmiuçar um pouco sobre um assunto tão complicado.

É notório que lemos em várias literaturas, aquelas legiões e/ou falanges de orixás, a mais conhecida é a falange de Ogum, que tem como chefes de falange Ogum Beira-Mar, Ogum Iara, Ogum Rompe-Mato, entre outros, outros falangeiros como os de Xangô, já começamos a encontrar algumas discórdias entre as literaturas, das quais existem Xangô Kaô, Xangô Sete Cachoeiras, Pedra Branca entre outros.

Primeiramente gostaria de elucidar dentro do que eu acredito a diferença entre Orixás, Falangeiros e Chefes de Falange ou Legiões:

  1. Orixás – Desprendimentos vibratórios Naturais, compreendemos como “Qualidades” de Deus ou “Centelhas Divinas”, são vibrações Universais que habitam o Cosmos trazendo para nós seus aspectos positivos e negativos, possuímos aquela Centelha nativa, da qual nascemos no momento em que foi concebida nossa existência e temos aqueles que nos regem em cada reencarnação que habitamos, afim de nos auxiliar a evoluir e concluir aquela missão da qual fomos incumbidos. Em suma, nunca encarnaram, nunca se casaram e nem tampouco se encantaram, em minha humilde opinião, essas histórias são alegorias para ilustrar como funcionam essas vibrações, energias, forças.

     

  2. Falangeiros de Orixás – São espíritos que atingiram um patamar de alta evolução natural daquela vibração, são os representantes naturais de nossos orixás, são espíritos que trazem consigo a vibração pura do Orixá bem como a sua energia elementar, RARAMENTE falam, apesar que em muitas casas, são trazidos para a realização de consultas, isso vai depender da cultura da casa, muitas vezes eles mesmos dão seu próprio nome ou enviam um erê ou outro mensageiro para dar o respectivo. É nesse assunto que encontramos diversas opiniões a respeito do assunto, os falangeiros não são Orixás, porque Orixás são Vibrações, os falangeiros são seus representantes, são aqueles que traz a energia pura e consequentemente, são incorporantes, alguns exemplos de falangeiros:

Ogum

  • Ogum Beira-Mar;
  • Ogum Sete Espadas;
  • Ogum Marinho;
  • Ogum de Ronda;
  • Ogum Sete Ondas;
  • Ogum Rompe-Mato;
  • Ogum Pedreira;
  • Ogum Naruê;
  • Ogum Dilê;
  • Ogum Sete Encruzilhadas;
  • Ogum Sete Estradas;
  • Ogum Megê;
  • Ogum Iara.

Xangô

  • Sete Pedreiras;
  • Pedra Branca;
  • Sete Cachoeiras;
  • Pedra Preta;
  • Pedra Bruta;
  • Cachoeira

Normalmente, são os mais conhecidos, foram os falangeiros mais estudados, esses são representantes da vibração pura do Orixá, obviamente existem diversos outros falangeiros. Esses falangeiros são conhecidos por muitos dirigentes como qualidades do orixá, representam o campo de atuação do Orixá correspondente, por exemplo, Orixás que carregam outras vibrações, como o caso de Ogum Rompe-Mato que carrega a vibração de Oxóssi, Xango Cachoeira que carrega a vibração de Oxum e assim por diante.

Encontramos muitas literaturas informando a qualidade de outros orixás, por exemplo, Oxóssi Ibualamo, Xangô Alafin, essas são denominações na nação e diferem um pouco na Umbanda, no Candomblé existem as QUALIDADES dos Orixás e junto com as qualidades, suas respectivas características, na Umbanda o termo qualidade não faz muito sentido e é substituído pelo tipo do falangeiro. Ex. Você é filho de Ogum, ao invés de indagarmos qual a qualidade, indagamos qual é o falangeiro, no caso, alguns exemplos foram citados acima, o mesmo ocorre com Xangô e outros Orixás.

Obviamente, alguns foram migrados da Nação, no caso de Ogum Megê, que na verdade vem de Meji, que significa duas cabeças, Ogum Xoroquê é um grande exemplo de sua existência tanto no Candomblé, como na Umbanda, é natural que herdemos algumas raízes da Nação justamente por ser nossa única referência ao culto dos orixás.

  1. Guias Espirituais – São os chamados “catiços” por muitos da nação, são espíritos que já tiveram sua encarnação na Terra, são espíritos incorporantes que dão consulta, trabalham sob as irradiações dos Orixás, são os caboclos, erês, preto-velhos e todas as demais linhas que compõem a egrégora umbandista, nesses também temos algumas subdivisões, das quais:
    1. Chefes de Legião – São guias espirituais que já atingiram alto patamar vibratório, raramente são incorporantes, eles são responsáveis por toda uma legião de falanges do mundo espiritual, por exemplo, APENAS PARA EXEMPLIFICAR, em algumas literaturas, dizem que o Caboclo das Sete Encruzilhadas é o chefe da legião de todos os caboclos que compõem a legião da Jurema, Sete Flechas e outros caboclos que trazem nomes de tribos, como Tupã, Tupi, Aimoré, Guarani, entre outros;
    2. Chefes de Falange – São os guias espirituais chefe de cada falange de guias espirituais, por exemplo, podemos ter um Pena Branca chefe de falange de todos os Pena Brancas, são os direcionadores dos guias espirituais que carregam o mesmo nome, são os mentores dos guias espirituais que trazem o nome de toda uma falange, nem todos são incorporantes;
    3. Guias Espirituais – São os guias que estão sob o comando dos exemplos acima, ainda possuem larga estrada para o caminho evolutivo, porém, já atingiram um grau vibratório necessário para trazer maiores encargos magísticos, são os mais comuns durante os trabalhos umbandistas;
    4. Protetores – Como eu sempre digo no blog, nem todo guia espiritual está isento do processo reencarnatório, muitos ainda possuem a missão de reencarnar e passar pelas mazelas do corpo carnal afim de atingir seu objetivo de evolução, entre esses espíritos, são mais comuns essas linhas que surgiram depois da Umbanda Tradicional, como baianos, marinheiros, cangaceiros, entre outros, vale enfatizar que NEM TODOS os guias que atuam nessas linhas são protetores, alguns já atingiram um patamar vibratório como chefe de falange ou até mesmo guia espiritual. Alguns exus também fazem parte desse grupo.

Mas o foco é o título do blog, os falangeiros em suma são os representantes da Força, na Umbanda não acreditamos que incorporamos os Orixás e sim seus representantes naturais, dos quais denominamos falangeiros, apenas para recapitular, raramente falam, raramente trabalham em consultas, normalmente chegam apenas para limpar o ambiente para que os guias espirituais possam trabalhar. Trabalham com maior eficácia com os elementais.

Apenas uma síntese para acabar com algumas pequenas dúvidas, ainda está em estudo o nome de outros falangeiros de Orixás, a tendência é que se apresentem e que paremos de utilizar denominações da nação, existem muitos centros de Umbanda que dedicam pelo menos uma vez ao ano, um trabalho destinado aos falangeiros e como os mesmos chegam muito pouco durante os trabalhos, a tendência de aprendemos com eles se torna mais reduzida, eu mesmo não dou muita importância ao culto dos Orixás, minha ligação é mais enfática com os guias espirituais.

Uma outra dúvida que existe, é se é possível ter mais de um falangeiro do Orixá e SIM, é possível, um filho trabalhar por exemplo com Ogum Rompe-Mato, Ogum Dilê e até mesmo um terceiro, por exemplo, Ogum Malê, vale lembrar que isso depende da missão do filho, vai depender de como ele realiza os seus trabalhos e da necessidade espiritual do mesmo, obviamente, filhos destinados a abrir uma casa, terão mais guias espirituais para a contenção do que filhos que tem apenas como missão evolutiva trabalhar dentro de uma casa de caridade.

Eu sempre digo aqui, sua linha será formatada de acordo com a sua missão, e sim, sua missão pode mudar, você pode evoluir, temos o livre arbítrio, se no meio do percurso você tiver mais saldo que débitos, obviamente novos guias espirituais se aproximarão e trarão mais força para a sua linha para que você possa desempenhar com maestria sua designação. Se existe algo escrito, temos a capacidade de mudar e nisso, obviamente novos mentores se aproximarão.

Tudo é dinâmico.

Namastê.

Neófito da Luz .’.

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