Saudações prezados irmãos de senda, um cordial Saravá a todos.
Aqui quem vos fala é o Neófito, com mais um bate-papo rápido sobre dois temas pouco abordados e que enchem os iniciantes de dúvidas.
Sabemos que é impossível classificar o que ocorre no Mundo Astral, tão difícil quanto classificar, é padronizar e até mesmo codificar o que existe no Cósmico, porque indubitavelmente só conseguimos enxergar uma pequena parte do Todo e desse todo, só conseguimos entender mais uma pequena parte, e como cada um tem o seu determinado grau evolutivo, conhecimento e colônia, Deus em sua Infinita Sabedoria ensinou uma pequena porção desse Mundo Astral através da Umbanda, permitindo a flexibilidade para os menos e os mais esclarecidos e fornecendo a cada qual com o seu conhecimento.
Existem alguns assuntos dentro da Umbanda que já se tornaram verdadeiros, como a existência de pretos-velhos e caboclos em todas as casas, com isso, já possuímos o arquétipo bem estabelecido e bem conhecido por todos os Umbandistas e consequentemente a isso, sabemos que temos o nosso orixá, e determinando qual o Orixá dessa nossa breve existência, sabemos a missão do qual fomos incumbidos durante essa mesma existência, independente de qual Orixá você é Filho, você já deve ter visto em muitos sites o Arquétipo, o seu Mistério e consequentemente a personalidade daqueles que são influenciados, nessa narrativa, o Orixá traz aquele guia que é o responsável por toda nossa coroa, que seria o Guia Chefe e o que dá o nome para a casa das pessoas que possuem a predisposição para o sacerdócio, esse é o Guia Espiritual (ou Mentor) que foi destinado a você, de acordo com a afinidade, a sua missão e as demais tarefas do qual você foi incumbido em nossa ignóbil existência.
O Guia Chefe além da inexorável afinidade que tem com o seu protegido, ele foi o escolhido pelo seu Orixá regente a dirigir toda a sua corrente espiritual, ele seria praticamente o imediato do seu orixá, geralmente ele é um caboclo que atua no mesmo campo santo do seu orixá, obviamente, como nada é uma regra, você pode ter também um preto-velho ou até mesmo um erê, existem pessoas que possuem, por exemplo, o baiano, o que eu acho que não ocupa a posição de chefia da coroa do médium e sim a posição de guia de firmeza que será elucidado logo menos.
Muitos médiuns costumam trabalhar com seu guia chefe no decorrer da vida, às vezes, quando o mesmo precisa executar outras tarefas no Astral, ele pode mandar o segundo caboclo, o que é extremamente comum nos dias de hoje e até mesmo o terceiro, isso já é uma constante nos dias de hoje e que não era tão bem aceito nas liturgias mais antigas. Outros médiuns possuem o seu guia chefe escondidos, sim, muitas vezes o Guia Chefe vem apenas para dar o nome, riscar o ponto, talvez e raramente incorpora, isso aconteceu comigo, depois de 10 anos, Sr. Urubatão da Guia desceu em minha cabeça, fez rápidos trabalhos durante três giras, informou ao dirigente da casa da época quem era, o que fazia mas que não incorporaria, dando espaço ao próximo caboclo da linha. Questionando o meu dirigente, o mesmo me informou que isso não é incomum, que depende muito de qual missão o caboclo foi incumbido e ele pode ser apenas o mensageiro do Orixá não precisando incorporar, apenas está ali regendo e tomando conta da minha corrente espiritual e consequentemente de mim. O mesmo também me disse que como a falange de Urubatão é muito antiga, talvez eu seja um dos últimos médiuns do trabalho espiritual dele, mas ainda não confirmei essa informação.
Então o guia chefe é o seu dirigente espiritual, é aquele que foi determinado pelo seu orixá a cumprir e te ajudar a cumprir as tarefas designadas para essa existência, na enorme maioria dos casos é constituída por um caboclo e ele pode ser ou não incorporante, e está totalmente ligado à Vibração do seu Orixá.
Importante abrir mais um parêntese que toda linha sua, existe o chefe da linha, por exemplo, dependendo da necessidade, você pode ter mais de um baiano, mais de um preto-velho e pra cada linha você terá o seu “cabeça de linha” e que pode assumir a mesma circunstância do guia chefe, apenas chefiar a sua linha específica em não ser um guia incorporante, isso é muito comum para aqueles que possuem como missão na Terra, o sacerdócio. Isso é extremamente comum na linha da esquerda, nem sempre o seu Exú Chefe é incorporante, cuidando apenas da contenção de sua linha espiritual.
Agora temos o famoso guia de firmeza, que é aquele que mais nos sentimos à vontade de trabalhar, é aquele que chega muito bem, fazemos uma excelente comunicação e é o que normalmente incorpora em muitos casos, seria o seu principal guia de trabalho, seja por afinidade vibratória ou até mesmo afetiva, é aquele que vem, faz e acontece, traz o recado e rouba a cena. Isso depende muito do médium, ele pode ser de qualquer linha da Umbanda, já vi muitos com marinheiro, baiano, boiadeiro, é aquele guia que você sabe que ele vai falar e vai acontecer. Pode ocorrer de ter mais de um guia de firmeza? Obviamente sim, isso vai depender do tempo de trabalho mediúnico e da própria dedicação do médium, ao ponto de ter quatro ou cinco que pode executar muito bem o trabalho porque você já tem firmeza e confiança na incorporação.
Geralmente, o guia de firmeza da grande maioria é um baiano, pela fácil adaptação ao patamar vibratório e pela facilidade de incorporar essa linha, é muito cultuada e evocada nos terreiros, o que acaba ocasionando um maior costume de incorporação em relação às outras linhas. Caboclos e baianos são as linhas de maior trabalho dentro da grande maioria dos centros, o que auxilia na firmeza do médium nesse quesito.
Lack´Ech.
Neófito da Luz.
Na casa que frequento, tem um médium que sempre trabalha com uma baiana. Neste caso deve ser o guia de firmeza atuando!
Ola Paulo, se essa baiana vem até em giras de outras linhas, com certeza deve ser sim. Abs.
Exatamente isso que ocorre. Independente da gira, é a baiana que desce.
Ótimo texto irmão!
Minha coroa também é de Sr. Urubatão da Guia e passo por oq você citou no texto, da mesma forma.
Parabéns pelo texto!