Doutrina Filosofia

Entidade Incorpora em Qualquer Ocasião? (Part. II)

Saudações irmãos de senda, aqui é o neófito para mais um bate-papo sobre os assuntos corriqueiros da Umbanda.

Esse artigo, juntamente com o “Firmeza de Cabeça” é um dos mais lidos e tentarei colocar alguns relatos que corroboraram com a minha ideia no primeiro artigo, que gerou muitos conflitos de opiniões.

Existiu uma irmã aqui no blog, eu já até comentei em um artigo que eu não me lembro qual, do seu namorado sempre incorporar o seu exu, seja quando brigam, seja qualquer discussão em um bar. Com todo o respeito, me pergunto se o Mundo Espiritual anda tão tranquilo para que um mentor com tanto tempo para vir apartar um relacionamento, me questiono por que um exu desse não vai impedir algo pior? Será que não existe uma Ordem no Mundo Espiritual que previne essas intervenções fúteis? Pergunto-me onde fica o Livre Arbítrio em uma ocasião dessas… Pode ser em qualquer lugar.

Também presenciei esse mesmo fato em um dirigente aqui em Guarulhos, como convivi com ele desde pequeno, qualquer coisa que contrariava o que ele falava, ele já “virava” no Exú Caveira. O Exu vivia mais tempo na matéria dele do que o próprio médium. O que eu ficava mais admirado, isso nos meus 18 anos, é a mãe dele deixa-lo fazer tudo, seja para sair, seja para quaisquer outras ocasiões que eles precisavam. O que eu achei extremamente interessante, foi quando ele foi assaltado e o exu não apareceu para salva-lo. Estranho não?

Existem também vários casos daquelas pessoas que usam as suas entidades para que falem coisas que elas mesmas não possuem coragem, aí utilizam a entidade para falar alguma “verdade”, usam a entidade para dar alguma advertência, e isso é MUITO MAIS COMUM que imaginam, eu saí de uma casa, porque existia um Zé Pelintra que além de adorar se vangloriar com seus feitos, sejam em sua vida ou como guia espiritual, também adorava pegar um filho pra dar aquela bronca demasiada. Foi esse mesmo dirigente que quando eu parei de ir, o Zé Pelintra dele disse que me “varreu”.

Como toda religião, infelizmente convivemos com a dicotomia, com a dualidade, com a divisão do bem e do mal, isso não acontece somente nos terreiros não, existem aqueles cultos evangélicos do pastor que sai correndo tocando os fiéis e com a sua “Força Provida do Espírito Santo” vai derrubando um por um. Me questiono muito às vezes sobre a reencarnação, estamos em 2015 e ainda existem pessoas que acreditam nessas coisas? E nosso aprendizado acumulado no decorrer de nossas reencarnações? Será que não guardamos nada em nosso pré-consciente? Será que realmente viemos de outras existências?

Uma vez, estava dormindo na minha casa quando fui acordado com violência e quando fui abrir a porta, supostamente o “João Baiano” de um filho o pegou e o trouxe até à minha casa para pedir ajuda. Até onde isso é verdadeiro? Até onde é a intervenção do espírito e até onde é a necessidade inconsciente do filho afim de atenção?

Apesar de ser umbandista, sou relativamente cético com muitas situações que me chegam nos e-mails, tive também um problema com uma filha que incorporava em todo lugar, fosse na assistência, fosse no carro, fosse em qualquer lugar, estava ela “Espiritando” (Termo comum em muitas casas para incorporando), até onde é castigo do guia? Até onde isso é realmente necessário? Será que um guia que passa por toda uma escola doutrinária, todo um preparo para praticar sua missão de caridade dentro da Egrégora umbandista não teve o preparo de saber que temos uma vida fora do centro? Que isso pode prejudicar nossas relações profissionais, sociais e até mesmo familiares?

Pra você médium, que recebe em todo lugar por qualquer motivo, pra você que como me relatou já recebeu na escola, desculpem-me a sinceridade, sendo espírito ou não, isso é total descontrole de vocês, claro que ainda tenho muito o que aprender e caminhar nos degraus umbandistas, mas até então, em meus quase 20 anos de religião e sendo pai pequeno durante 6 anos, todas as vezes que eu presenciei e quando tinha realmente alguma coisa, era zombeteiro (Odeio usar esse termo, mas é o que tem pra hoje [rs]) e não um caboclo, um preto-velho, claro que EXISTEM RARAS EXCEÇÕES, alguma necessidade imperativa e emergencial do mentor ter que vir, resolver algum problema para evitar um mal maior, óbvio que existe, porque toda generalização é um erro, porém, raríssimas são as vezes que ocorrem essas necessidades sem que interfira o livre arbítrio ou o merecimento do médium, e pra você que não tem nenhuma manifestação mediúnica e mesmo assim acha que está com alguma coisa, procure uma ajuda, todos nós precisamos de ajuda e estamos suscetíveis a desiquilíbrios, todos nós passamos por isso.

Repito… Se você está incorporando em qualquer lugar, procure imediatamente uma ajuda, um auxílio espiritual, seja uma questão de ordem espiritual ou material, devem falar com um dirigente espiritual para que possam solucionar essa questão, mas repito, tentem discernir se é uma vontade, uma emoção ou uma necessidade, até mesmo uma dependência de querer incorporar como refúgio dos problemas ou como carência, às vezes temos tanto amor à entidade que a queremos sempre próximas de nós e isso pode impactar tanto na irradiação quanto na autossugestão.

E por último, mais dois relatos que eu presenciei, um exu que incorporou a sua filha e para castiga-la, enfiou o braço da mesma em um espelho que tínhamos na mesma, ela se rasgou toda e voou sangue no terreiro, sim, meus irmãos, a cena foi chocante para muitos, muitos assistentes nem voltaram com receio disso, o que prejudicou um pouco a reputação da casa e assustou até a alguns médiuns que pediram licença depois, e digo-lhes com total certeza: Não existia nenhuma manifestação mediúnica ali, não de guias espirituais, porque normalmente sentimos a vibração, mas a filha que estava passando por problemas com drogas e “sugeriu” que o exú viesse castiga-la.

O outro relato refere-se a um suposto caboclo que quando vinha rasgava a camisa independente do lugar que estivesse, o cavalo não poderia ficar nervoso e ia pra cima da pessoa. Devo mesmo comentar alguma coisa sobre esse fato? [Risos].

Minhas considerações finais para todo esse texto é simples: Mentor Espiritual tem uma vasta lista de tarefas a realizarem e mesmo para qualquer intervenção mediúnica, eles precisam da permissão de vocês. Se você recebe na escola, no trabalho, na balada ou durante o sexo, ou você ou o seu guia espiritual precisa de um tratamento, e para quaisquer um dos casos, aconselho estudar o que é a mediunidade, seja no centro kardecista, umbandista, entender o papel fundamental da mediunidade, do dom de servir e acima de tudo, do respeito, porque espírito que faz você passar por uma situação constrangedora como essas, luz não tem, e se não tem o mínimo de luz, não é guia espiritual, é apenas mais um perdido entre os dois mundos. E se você vibra com essa frequência espiritual, mais um motivo para estudar, evoluir e compreender a mediunidade. Se não é nem o mentor espiritual e nem outro espírito qualquer, mais um motivo para procurar estudar, compreender e sair dessa maré ruim, todos nós em momentos de nossas vidas somos sucumbidos à provações, expiações, temos vontade de sumir, morrer e alguns casos graves, até suicidar, porém, quando se atinge um grau de conhecimento e compreensão das coisas, sabemos que aquele velho adágio é extremamente verossímil: “Não há mal que dure para sempre e nem bem que não se acabe”.

E é isso. Leia a introdução aqui!

Mais um artigo de um cara chato mas que vale a reflexão.

Paz Profunda.

Neófito da Luz .’.

 

 

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This Post Has 6 Comments

  1. Ótimo texto neófito. Já presenciei muito esse tipo de “manifestação”. A “mãe de santo” quando tinha que chamar atenção, só fazia através do exu, sei lá eu quem. Porém fui percebendo com o tempo que ela quando encorporada, não nos olhava nos olhos…. Achei estranho… E o guia havia mudado muito o comportamento. Nos tratando friamente. Enfim, depois de descobrirmos uma série de pilantragens que ela praticava sem o nosso conhecimento, como cobrar por trabalhos, acabamos saindo de tal lugar….

    1. Tudo bem, Ana?

      Obrigado pela visita. Eu já presencei algo do tipoa de um sacerdote aqui em Guarulhos, ele tem um mercado, e todo trabalho de prosperidade no centro, de limpeza era necessário uma “vaquinha” e saía a quase R$ 100,00 por pessoa e uma casa com 30 filhos, saía uma grajinha legal né? E ninguém nunca via os tals trabalhos. Ainda tem a questão que ele falava que era melhor comprar no mercado dele as coisas porque ele sabia que tinha procedência e isso não daria quizila com o orixá. É essas coisas que somos obrigados a ver em muitas casas. rsrsrs

      NAmastê.

  2. …O outro relato refere-se a um suposto caboclo que quando vinha rasgava a camisa independente do lugar que estivesse, o cavalo não poderia ficar nervoso e ia pra cima da pessoa. Devo mesmo comentar alguma coisa sobre esse fato? [Risos]…. Este é o caboclo HULK, muito conhecido na Umbanda Comics, kkkkk, eu penso que se uma pessoa incorpora o tempo todo têm algo de errado com ela claramente, mesmo não conhecendo a fundo sobre a umbanda se nota que existe algo errado.

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