Aranauam a todos.
Já realizei um post sobre a chegada da linha de cangaceiros na corrente espiritual da qual eu sirvo, juntamente com isso, gostaria de escrever também sobre a linha de mestres que vem surgindo com força dentro da Umbanda.
Antes da linha de cangaceiro, conforme já mencionei em outro post, se aproximou Sr. Chico Preto, me falando que trabalhava como um mestre, muito cultuado no catimbó. Juntamente com o Sr. Chico Preto, também se aproximou um outro mentor chamado Manoel da Mina, tentei realizar pesquisas do mesmo e não encontrei na internet, só achei algo sobre com uma irmã que está no Ceará e me disse muito dele, inclusive que ele aparece em mediuns que estão próximos a um cargo na casa e foi duas semanas antes de me tornar pai pequeno no antigo centro.
Na época, em meados de 2009 procurei muito saber sobre a linha de Mestres, o culto ao Catimbó, existia sim algumas semelhanças com a forma de trabalho do Chico Preto e do Manoel da Mina, o cachimbo, as cantigas, a forma de trabalhar com alegria, cantoria e ensinamentos, mas outros elementos do catimbó caíram em desuso, o culto à Jurema por exemplo não foi prioridade e nem muito o aspecto da bruxaria européia, apesar de ambos serem feiticeiros, talvez se adequaram à forma de trabalho da Umbanda.
No Catimbó verifiquei que cultuavam o Tronco da Jurema, tinha muitos preceitos católicos e alguns sacrifícios, e sacrifício é algo que eu abomino e de forma alguma eu aceitarei, eu sou umbandista, e umbanda não tem sacrifícios com sangue. Percebi que mesmo eles mesmo sendo da linha de Mestres como costumam dizer, eles tinham uma metodologia totalmente diferente dos trabalhos na Jurema, achei interessante, como ele se adequou à forma de trabalho dentro da liturgia Umbandista, repetindo e ressaltando.
Um outro exemplo clássico é o Sr. Zé Pelintra, de nordestino, com chapéu de palha e cachimbo se transformou em um malandro, carioca da Lapa, muito respeitado e louvado dentro da liturgia umbandista.
Está ocorrendo uma convergência maciça no Plano Espiritual, uma readequação da forma de trabalho e uma aceitação maior por parte de todos os dirigentes espirituais.
Tive dois grandes exemplos, a chegada do Sr. Chico Preto depois de 11 anos de Umbanda, eu, já achando que minha linha de trabalho já estava firmada, veio, tomou a frente, trouxe a responsabilidade e hoje desempenha um importante papel dentro da minha linha de trabalho e agora, a aproximação do Sr. Mané Baiano trazendo consigo a egrégora dos cangaceiros para agregar ainda mais à minha linha de trabalho.
A Umbanda está se transformando, velhos conceitos, velhos paradigmas já estão sendo quebrados, a Umbanda está sofrendo uma grande readequação e está voltando a atrair pessoas, agora os mediuns querem estudar, querem aprender, antigos vícios, costumes e até mesmo superstições estão sendo abolidas. Grandes Movimentos Umbandistas estão sendo criados e isso vem sendo extremamente benéfico. Vejo de forma positiva muitas vezes a formação de escolas umbandistas, livros e aprendizados, mas lembre-se, sempre importante OUVIR as suas próprias entidades, aprendam, para formar opiniões e aprender novos conceitos, mas sempre ouçam suas próprias entidades, vocês são capazes.
Com toda essa transformação circunstancial, era evidente a chegada de novas correntes de trabalho, e a linha de cangaceiros e de mestres dentro do Universo Umbandista está cada vez mais comum.
Alguns terreiros ainda mantém a tradição do Culto à Jurema em seus rituais, mas indubitavelmente outros mestres aprenderam outras formas de trabalho que são mais condizentes com a Umbanda, então, queridos irmãos, se sentirem um mestre ou dois ao lado de vocês, não é imperativo recorrer ao estudo da Jurema e o Catimbó para que o mesmo possa trabalhar em sua matéria, muito pelo contrário, ele se adequará ao que vocÊ sabe e pode acrescentar ou não novas formas de trabalho.
O Sr. Chico Preto que chegou em 2009 me mostrou muito isso, me ensinou como funciona o catimbó sem necessitar de nenhum ritual propício para que ele possa vir trabalhar, a Egrégora Umbandista o acolheu e ele se adaptou às formas de trabalho e encantamentos da religião, de nossa frequência vibratória.
O interessante do culto aos mestres é que não tem uma liturgia fixa como marujos ou boiadeiros, existem entidades de todos os jeitos, ou é mineiro, ou é pernambucano, cada um tem uma característica muito peculiar de trabalho.
É como se fosse uma linha “livre”, onde cada um traz o seu axé, a sua forma de trabalhar e cultuar, é bem interessante essa individualidade na forma de trabalho na linha de mestres. Não é uma linha que possui um arquétipo bem definido.
Geralmente são espíritos que não são ligados com Orixás como aprendemos com nosso caboclos, preto-velhos, entre outras dentro das Sete Linhas da Umbanda, os Mestres são verdadeiros Magos que sabem manipular com maestria os elementais e possuem capacidade para transitar nas Sete Vibrações ou Sete Linhas da Umbanda, não se espantem se um mestre precisar vir dentro da Linha de Caboclos. Costumo dizer que os Mestres são espíritos agregados que trabalham ou possuem afinidades com nossas próprias linhas de trabalho, sinto fortemente que pedem a permissão ao meu guia chefe e com a permissão do meu Próprio Orixá, eles me irradiam e realizam seus trabalhos.
Um fato curioso, é que esse é um processo que já aconteceu antes, na década de 1950 com a chegada dos baianos, que também não ocorria ligação com nenhum outro orixá e foram imantados dentro da vibração de Iansã e Oxóssi.
A Umbanda é uma Verdadeira Mãe, que abraça a todos os Espíritos que tem por finalidade praticar o bem e a caridade, através dessa idéia, estão ocorrendo essas inúmeras mudanças. Algumas casas umbandistas já estão dedicando trabalhos exclusivos para a Linha de Mestres e assim também me foi solicitado.
Não acredito que temos que nos formar na Jurema, fazer o trabalho dentro do culto do Catimbó, orando terço, cultuando o tronco, para trabalharmos com esses mestres, o coração limpo e a mente aberta, estarmos receptíveis e suscetíveis ao conhecimento que eles irão nos transmitir são essenciais.
Srs, não há religião maior que a Verdade, como diz o Sr. Chico Preto, nós aqui da Terra somos muito apegados a títulos, formações, entre outros conceitos que são irrisórios dentro da Espiritualidade.
Basta ter o conhecimento e a dedicação que qualquer um é capaz!
E concordo, não é um diploma que me torna um sacerdote, e sim minhas intenções e minha ligação com o Cosmico.
Namastê.
Neófito da Luz.