Uma linha que comumente era apenas cultuada no candomblé, como “caboclo boiadeiro”, também muito cultuada no catimbó e cultos omolokô que eram provenientes também do candomblé, ou pelo menos, uma vertente.
São entidades que se apresentam como verdadeiros trabalhadores oriundos do sertão e outras regiões do mundo, onde tinha como finalidade, o trabalho com o gado. Seja capataz, boiadeiro, vaqueiro, caseiro, em suma, toda essa vasta falange de espíritos que tinham contato com o gado.
Seus ensinamentos são ilustrações da vida cotidiana do caboclo sertanejo, do trabalhador rural, nos trazendo as experiências sofridas na época.
Importante saber que existem os mais variados tipos de boiadeiros, com sotaque mineiro, espanhol (ou castelhano), sotaque baiano e até sotaque gaúcho. Alguns boiadeiros se plasmam como fazendeiros, capatazes e alguns como índios, são índios que tiveram como principal função o trato com o gado e até a caça
A personalidade do boiadeiro varia demais da linha do qual está imantado, alguns são extremamente sérios e falam pouco, outros extremamente brincalhões, o que lembra muito alguns baianos. Eu mesmo tenho a experiência de trabalhar com os dois polos, Sr. Rei do Laço um nordestino arretado e Sr. Laje Grande um índio que fala muito pouco.
O giro do seu laço representa o Movimento da Força, o elemental AR fazendo o processo de limpeza do astral, afastando energias deletérias e incondizentes com os trabalhos do terreiro, o seu ilado é a evocação da energia do reino animal equiparando com a vibração do ambiente do qual está submetido para afastar quaisquer entidades de propósitos contrários. Seus gritos ecoam como verdadeiros mantras trazendo Vibrações Propícias para a realização dos trabalhos de forma limpa e eficaz. É uma linha maravilhosa e deveria ser mais requisitada nos trabalhos umbandistas.
Na Umbanda representam a Força, a vibração do Boiadeiro em minha opinião é a mais densa da Umbanda, são espíritos que lidam direto com obsessores, eguns e outras cargas deleterias. São excelentes doutrinadores e conhecem muito a magia de limpeza. Costumo dizer que uma limpeza bem firme de boiadeiro não necessitamos mais de nada.
Alguns boiadeiros também trabalham junto com os exús, possuem o livre arbítrio para trabalhar na esquerda ou na direita.
É uma linha que quando chega nos trabalhos costuma encantar os olhos, seja pelo seu ilado, com os gestos fortes e curtos ou até mesmo a própria energia que chega no terreiro juntamente com eles. É uma linha fenomenal para lidar com desobsessão, eu sempre costumo evocar boiadeiro quando há a necessidade de uma limpeza densa extrafísica ou até mesmo encaminhar os obsessores para as escolas do astral. Importante lembrar que muitos boiadeiros, a grande maioria trabalha fortemente sob a irradiação de Iansã, a rainha dos ventos, o que é simbolizado no próprio gesto do boiadeiro e lembrando também que Iansã é a rainha dos eguns segundo algumas liturgias. Boiadeiro é Movimento, é Força!!!
Além de possuir como vibração original Iansã, podem vir sob as irradiações de outros orixás, nada impede do boiadeiro trabalhar sob a égide de Xangô, Ogum, entre outras vibrações.
Pouco se sabe sobre a sua falange e seus chefes de linha, por ser uma linha que fala muito pouco, eles são mais de agir que de falar, são grandes trabalhadores do astral.
Alguns bebem cerveja, cachaça ou até cerveja preta, já presenciei boiadeiros pedindo vinho também. Alguns fumam charutos, outros o cigarro e outros até mesmo o cigarro de palha.
Sua saudação é “Xetruá Morumba Xetrö” (Getruá ou Chetruá), isso varia de acordo com a casa também, seu dia normalmente é quarta-feira e suas cores variam demais, alguns utilizam o amarelo e preto, outros o verde e preto, outros até mesmo somente o verde, vai depender da linha do seu boiadeiro ou até mesmo da doutrina da casa.
Suas oferendas também variam muito do boiadeiro que a solicita, alguns solicitam o padê (farofa com dendê, água, ou outros elementos), as bebidas são as mesmas citadas anteriormente. Suas cores também variam conforme já mencionado.
Alguns espíritos que atuam nessa falange são Rei do Laço, Laje Grande, Laje Mineira, Zé Boiadeiro, Zé do Laço, João Boiadeiro, Laço Ligeiro, Mané Boiadeiro, Zé Baião, Zé do Sertão.
Jetuá Sr. Boiadeiro.
Salva toda a sua banda, salve a sua força.
Neófito da Luz.
Querido irmão, tenho pouco conhecimento da Umbanda. Atualmente, voltei para o Lar de Frei Luiz, onde trabalho como médium passista. Mas já trabalhei na Umbanda esotérica. A entidade que se apresenta é o Caboclo Arranca Toco, mas sei que tenho outras entidades também. Tenho uma grande admiração e uma certa curiosidade em saber mais sobre a história do meu querido Arranca Toco.
Nasci em 02/01/1945 no interior do Rio Grande do Sul. Moro há 41 anos no Rio de Janeiro/Taquara/JPA e estou pretendendo voltar para o sul o ano que vem. Gostaria muito de receber uma orientação sobre minha mediunidade.
Grata, Ecila.
Ecila, olá irmã, tudo bem?
Que tipo de orientação eu posso fornecer? E sobre história de guias, eu sempre digo no blog que cada um tem a sua particularidade, é impossível generalizar.
Obrigado por sua visita.
Paz e Luz.
a muito tempo tive o prazer de trabalhar com a sra boiadeira da porteira que tinha uma irmã gêmea pomba gira da estrada, a principio foi dificil distiguir uma da outra, pois sempre que possível a boiadeira dava passagem para a irmã, dizia que estava ajudando -a, até hoje não entendi, já faz algum tempo que estou afastada e não sinto mais vibração de nenhum dos meus guias,como devo proceder, sei que não é correto incorporar em casa, porém não tenho terreiro pra frequentar, minha mãe de santo faleceu a 9 anos e sua filha que ficou de substituta não quis assumir responsabilidades……..
Salve Sandra, tudo bem?
Salve as boiadeiras, tão neglicenciadas em nossos cultos.
Para proceder novamente, é simples, achar uma casa que se adeque aos seus trabalhos, procure uma casa pra ir conhecendo, erroneamente as pessoas dizem que eles se afastam, mas a verdade é que você apenas deixa de sentí-los.
Infelizmente a realidade é uma só, é voltar a participar da egrégora para se adequar às energias que foram esquecidas, não tem outra forma.
Muita luz.
Que lindo!!! Sou filha de Boiadeiro da Jurema! E ele é TUDO pra mim! Aprendo muito muito com ele todos os dias!!!!!
Salve todos os boideiros, esses incansáveis e amigos trabalhadores do astral!!!