Saudações fraternais amados irmãos.
Conforme prometido e um pouco demorado, porque não dependia apenas da minha boa vontade [risos], aqui estou escrevendo sobre esse tão conhecido guardião e tão presente na coroa de tantos filhos e tronqueira de terreiros, tão famoso quanto Zé Pelintra e um dos guardiões que tenho prazer em servir, Sr. Tranca-Ruas das Almas.
Apresenta-se como um guardião do polo negativo da Umbanda, também conhecido como Exu, a forma que ele se apresenta varia totalmente de médium para médium, bem como sua respectiva irradiação e qualidade. Isso significa que normalmente é um Exu oriundo da Vibração Ogum, ele também se apresenta na irradiação de Oxóssi, como o Sr. Tranca-Ruas das Matas, de Xangô como Tranca-Ruas das Pedreiras e também outras qualidades que faz junções com outras irradiações, como Tranca-Ruas das Almas, Das Sete Encruzilhadas, Embaré, entre outras muitas falanges.
Conforme explanado no post do Sr. Pena Verde, não entrarei em detalhes da história da falange de Tranca-Ruas porque cada mentor tem sua consciência única, e não entrarei no mérito se foi príncipe, duque, mendigo, entre outros adjetivos e classes sociais.
O meu se apresenta com uma capa azul e detalhes dourados, não apareceu com camisa e utiliza calça preta com detalhes brancos, estou falando o que eu sirvo, logicamente falando, não presenciei chifres e nem pata de quadrúpedes. Se caracteriza por fala mansa, sempre de excelente humor, um verdadeiro amigo, um irmão mais velho, é um mentor que gosto muito de servir e é muito bem aceito dentro dos centros do qual eu trabalhei.
Em uma oportunidade, do qual já foi mencionada no blog, avisou que iria se ausentar devido a um desencarne massivo na Terra, posteriormente ocorreu os tsunamis que devastaram a Ásia, ou seja, exus não atuam somente na Umbanda e nem tampouco com demandas e outros trabalhos de magia e sim também no direcionamento de almas desencarnadas, principalmente o meu que traz a qualidade “das Almas” em seu nome. Também fui instruído que a Umbanda é apenas uma faceta da espiritualidade, conforme já mencionei aqui no blog também em uma conversa que tive em uma noite com uma entidade de aparência árabe e a mesma sorriu e disse que no terreiro o chamam de Chico Preto. Sinceramente não sei dizer com precisão se a missão do Sr. Tranca-Ruas nessa ocasião foi de direcionar, catequisar ou recrutar…
A origem mágica do seu nome, Trancar é empregar força, o que significa Ogum, o nome Ruas, simboliza caminhos, o que traz a vibração também da linha dos Guardiões. É um dos exus da alta hierarquia dos guardiões, imprescindível para a proteção do terreiros justamente pelo poder de atuar no campo santo do orixá que o imanta (ou irradia) junto com o poder de controlar os caminhos, trancando ou abrindo dependendo da necessidade. Interessante ressaltar que muitos dizem que seu nome é referente ao seu poder de trancar os caminhos do inimigo, isso não se faz a mais absoluta verdade, muitas vezes, precisamos trancar certos aspectos de nossa vida para que possamos ter uma maior abertura em outros, como diz aquele antigo ditado: “Quando Deus tranca uma porta, ele abre uma janela” e nessa parábola é bom associarmos ao poder desse maravilhoso Guardião.
Existe também um livro que fala sobre ele, do qual eu particularmente não gostei, mas fica a dica quem quiser procurar saber mais sobre o assunto.
Não falarei de oferenda, porque cada Tranca-Rua trabalha diferente um do outro, apesar da falange trazer em si uma missão específica e também uma direcionamento espiritual, elas trabalham de forma diferente porque varia a vibração, o médium, a evolução do mentor, entre outras diversas características, ele traz o nome da falange, ele é um espírito que foi digno em trazer o nome Tranca-Rua, porém, ele tem a sua própria maneira de trabalhar, já presenciei os que vem ereto como já presenciei os que chegam corcundas, já presenciei dos mais calados aos mais faladores, isso varia muito.
A característica principal dessa falange é a proteção, é o bloqueio de demandas, é o trabalho duro em prol da Lei, um dos motivos de ser extremamente requisitado nas tronqueiras.
Axé.
Neófito.