Prezados irmãos, como alguns já sabem, ainda estou em busca de um lugar para trabalhar até estabelecer o meu próprio, de acordo com a Vontade deles.
Nesse interim, estou acendendo velas, firmando a minha cabeça, estudando e solicitando orientações e confirmações. Essa noite me deparei com a lembrança de uma entidade que se apresenta na linha de preto-velho, chamado Quenguelê, mas ele tem uma grande particularidade, ele vem ereto, anda normalmente e aparece com um estigma no rosto, como uma queimadura de ferro quente. Aparente ser um negro de alta estatura e forte.
Era algo que eu nunca havia me preocupado, como era pai pequeno da casa, tinha uma liberdade razoável de trabalho e não me preocupava em cair em esteriótipos, mas decidi refletir sobre o fato desse espírito, que diz que ficou em Quilombo e ajudou a liderar uma revolução, ainda há o fato de se crermos em esteriótipo, ele poderia vir como baiano.
Como já disse, seu nome é Quenguelê, fuma um cachimbo grande de barro, usa um pano na cabeça, outro fato que achei curioso dentro da linha de preto-velho, porque até então, só havia presenciado chapeus no Ori dos preto-velhos e não um pano na cabeça.
Obviamente recorri a uma matéria que sempre me dei bem na escola, a história, fiz uma pesquisa razoável sobre a escravatura e inclusive, seus hábitos e roupas. Para meu sossego, existiam escravos que usava essa bandana, tanto no quilimbo quanto na fazenda ho homem branco, geralmente eram os mais jovens, que também eram “chegados” dos brancos, faziam trabalhos de maior proximidade, eram negros de maior confiança entre os brancos e dentro dos quilombos, também ocorria a hierarquia, onde alguns escravos usavam o pano branco, para identificar a casta guerreira ou religiosa. A forma que ele amarra esse pano também é interessante, o pano é grande e a ponta fica abaixo dos ombros, como se fosse um cigano.
Agora sobre a forma que ele se apresenta, de forma ereta, andando como um soldado aparentendo uns 42 anos, procurei em muitos documentos sobre a escravatura e algumas coisas me geraram ainda mais dúvidas. A expectativa de vida de um escravo era de no máximo, estourando, 45 anos, como em nossa Umbanda apresentam-se escravos de 65, 70 e até 80 anos? Dentro de um contexto, então seria mais comum um preto-velho vir ereto a um preto-velho vir encurvado, andando como se fosse um ancião. De certa forma, fico agradecido, porque eu não “viajei” na incorporação do mesmo. [risos].
Tive muito poucas informações sobre ele e com ele, apenas que era um quilombola, fazia parte do corpo revolucionário junto com outros grandes nomes da revolução da escravatura e que dentro do seu culto religioso, havia traços deixados pela colônia portuguesa mesclado com o culto afro, o vodu e outras práticas africanas.
Existiam os quilombos, onde eles poderiam viver conforme sua cultura, religião e respeitavam até as hierarquias de sociedade. Seus habitantes eram chamados de quilombolas. Temos o quilombo de Palmares onde segundo textos, eram formados de quase 50.000 negros onde a expectativa de vida subia significaticamente, existindo anciões que viviam até os seus 80 anos. OS quilombos eram agrupamentos de terra que ficavam dentro de matas fechadas, integrando até parte de índios junto aos quilombos, onde houve uma comunhão de pensamentos e culturas, onde os negros também aprenderam a manipular as ervas brasileiras e assim, agregando o conhecimento dentro da magia natural. Os quilombos existiam em todos os lugares do Brasil, agrupando grande quantidade de negros e índios.
Como é uma linha que representa a humildade e servidão, que representa a sabedoria, nada surpreendente a grande maioria dos espíritos dessa falange se esterioriparem como negros anciões, trazendo consigo o conhecimento e a sabedoria que se perderam no tempo.
Muito legal a ideia de abrir a historia e analisar,por exemplo na nossa casa temos noso pai que se chama vovo joaquim e isso a primeira empresao parece naturalmente que ele seja um ansiao mas pelo conhecimento adquirido ate agora dizem que isso depende tambem de da evolucao espiritual (grau de eleva
cao) meu ponto de vista ,acho que devemos estudar continuamente pois a a umbamda e’ muito vasta e complexa para termos um so’ ponto de vista. Obrigado adoro seu blog.
adorei a chance de saber mais sobre essa linha de preto velho, pensei que estava sentindo uma vibração diferente por estar ereto e semi- consciente em minha incorporação.