Umbanda

Elemental Fogo

In Lak’ech = Um cumprimento Maia que significa “Eu sou outro você”.

Exaustivamente ouvimos que a Umbanda é uma religião que cultua a natureza bem como suas vibrações. Em muitas escolas, aprendemos que a Umbanda cultua o desdobramento ou qualidades ou até mesmo vibrações do Criador. Que os orixás nada mais são que forças da natureza presentes em nosso orbe. Baseado em tais afirmações, achei interessante começar a escrever sobre os elementais, começando pelo elementar FOGO, muito utilizado na liturgia umbandista, seja no ato de queimar a pólvora, comumente chamada de fundanga ou até mesmo tuia, seja na defumação, o ato de queimar as ervas e purificar o ambiente, seja no próprio fumo, onde as entidades queimam os condesadores de energia para realizar os seus trabalhos magísticos e também nas velas, no ato de acender a vela estamos automaticamente evocando a energia do elementar Fogo.

O Fogo desde os primórdios de nossa cultura é considerado um elementar de extrema importância, principalmente em rituais iniciáticos. O Fogo é a evocação da Energia Ígnea.

A Palavra Ígnea vem do Latim Ignis, que é originário do sânscrito Agni, o Deus do Fogo. No Panteão Hindú é um Deus Imortal, porque a chama não morre, a todo momento ela é reacesa e também é um Deus Jovem, porque o Fogo se Renova. No Zoroastrimo é também chamado de Atar.

Na mitologia Romana, o Deus do Fogo é Vulcano, e na Grega é Hefesto. Todas as grandes mitologias atribuíam o Fogo a Uma Energia Divina. No esoterismo, diz-se que os espíritos elementais dos fogos são as salamandras. Pouco se sabe sobre as salamandras, apenas que são espíritos gigantescos usando armadura de fogo, alguns dizem que possuem formato de dragão e outros dizem que são humanóides cobertos de fogo. Diz-se que o home,m não tem o conhecimento e nem pode lidar diretamente com as salamandras, pois como atuam no mundo ígneo, é capaz de transformar o homem em cinzas em questão de instantes. Apenas especulações, mas é importante sabermos um pouco de tudo… Conhecimento nunca é demais.

Nos rituais Afro-Brasileiros há uma controversia, para alguns o Deus do Fogo é Xangô, para outros, Ogum. Dentro do que eu estudei e que me foi ensinado, é Xangô.

Na Alquimia é o Elemento Preponderante para qualquer reação química, o Fogo é o Agente Transmutador, é o que altera e modifica partículas. É o elemento de combustão, de ignição, que gera calor e luz.

Peguei apenas um trecho de um site que eu gosto muito, o howstuffworks:

O que é fogo?

Os antigos gregos consideravam o fogo um dos elementos fundamentais do universo, junto com a água, a terra e o ar. Esse conjunto faz sentido intuitivamente: você pode sentir o fogo assim como pode sentir os outros três elementos. Você pode também vê-lo, cheirá-lo e movê-lo de um lugar para o outro.

Mas o fogo é algo completamente diferente. Terra, água e ar são formas de matéria (eles são feitos de milhões de átomos agrupados). O fogo não é matéria, mas sim um efeito secundário visível e tangível da matéria emmodificação (é parte de uma reação química).

Normalmente o fogo surge de uma reação química entre o oxigênio na atmosfera e algum tipo de combustível (madeira ou gasolina, por exemplo). Obviamente, a madeira e a gasolina não pegam fogo espontaneamente só porque estão cercados de oxigênio. Para que a reação de combustão ocorra, você precisa aquecer o combustível até sua temperatura de ignição.

Percebemos que em todas as filosofias o Fogo é Extremamente Importante, principalmente nas liturgias religiosas.

Posso dissertar várias páginas sobre o elemento Fogo, mas fugiria do escopo e as pessoas tendem a fugir de posts muito longos, então vou dividí-lo em partes. Por agora, preciso ser mais objetivo no assunto e posteriormente entrarei em maiores detalhes.

Conforme já mencionado anteriormente, o Fogo é um elemento de extrema importância para o ritual umbandista, aliás, em todas as religiões, sejam pagãs, neopagãs, o fogo tem importância primordial para qualquer ritual.

Na Umbanda, não foge o caso, o fogo está presente em todos os sacramentos, mas qual o valor espiritual e metafísico que o fogo representa?

Como já mencionado, fogo é o elemento da combustão, ignição, ele gera calor e luz, o fogo queima, transmuta, transforma, então vamos exemplificá-lo dentro de nossos rituais.

A queima da pólvora,  que é um elemento de aceleração de partículas, é capaz de romper a camada material infiltrando na camada espiritual e realizando a limpeza, em outras palavras, é uma função extremamente poderosa de limpeza no campo físico e extrafísico. A junção do Fogo que é o elementar que transcende os sentidos físicos com a pólvora, que é um acelerador de partículas, é um excelente meio para queima de miasmas e outras cargas deletérias, geralmente é utilizada por mentores que atuam no feixe negativo do Cosmico, muito comumente utilizada para o trabalhos dos guardiões, onde o trabalho é feito de uma forma mais intensa atuando no choque de forças.

No caso da defumação, o princípio é parecido, o elemento fogo transcende o portal da matéria e junto com as ervas, que são elementos do reino vegetal que também são ótimos condensadores e catalisadores de energia, atua na limpeza, firmeza, potencialização  e proteção dos templos. Cada erva possui a sua qualidade vibratória e está inerente às vibrações dos Orixás. As Ervas também são agentes mágicos e já é comprovado cientificamente pela aromaterapia e feng-shui todas suas qualidades e benefícios, seja pela queima, pelo banho ou pela ingestão das mesmas. É sabido que cada erva é utilizada para um determinado fim e a união do poder das ervas com a combustão da mesma, torna um agente extremamente eficaz para diversas funções. Sem contar com o elemento ar, o principal veículo de condução de energia que será comentado em posts posteriores.

A queima do fumo segue praticamente o mesmo princípio, mesmo porque a entidade não traga o fumo, ela só defuma o ambiente e o consulente se necessário, importante salientar que o recepiente de onde está armezado o fumo também é essencial, no caso, o Chico Preto exige o cachimbo de barro, que sabemos que é uma mistura heterogênea de terra e água, outros dois elementais que serão discutidos em posts posteriores no blog. Alguns também exige o cachimbo de madeira, nào a trabalhada, mas a madeira rústica, que é um elemento do reino vegetal também e ajuda no trabalho magístico das entidades.

Temos a vela, que é feita de cera animal ou pode ser feita também de parafina, que é um composto do petróleo, ótimo condutor e de baixa combustão, dentro da vela temos o pavio, que conduz muito bem o calor sendo suprimido pela evaporação da cera da vela. A vela possui inúmeros significados que eu preparei um post somente para isso, vou focar apenas no caso da Umbanda nesse post, que é um sinal de elevação, devoção e comunhão com o guia ou o orixá que estamos demandando nossa vibração. A Chama da Vela simboliza a Luz, o Elo de ligação entre a Luz que nos Anima que a Luz dos Guias e Orixás, que provém da mesma Fonte de Energia: Deus.

Importante salientar que nem os guias e Orixás dependem da vela para possuírem luz, muito se ouve falar que acendemos velas para dar mais luz aos guias, o que seria muito fácil, seria só eu acender vela todo dia pra mim que com 40 anos me tornaria um Deus. A Vela é apenas o elo de ligação, entre a Nossa Fonte de Energia e a dos nossos mentores, é uma forma de simbolizar a Luz que nos une e de certa forma de entrar em sintonia com aquela vibração para que possamos agradecer ou solicitar. Através da vela, podemos transmutar nossos pedidos de acordo com a vibração do Orixá que está recebendo-a. É uma forma de fundirmos com a energia daquele que estamos acendendo vela.

Por isso, em minha opinião, a cor da vela é mais um adorno, um ponto de referência de nosso veículo mental para uma determinada vibração do que a utilizada propriamente dita. A Chama não tem cor e a parafina é um colorante, o que no ponto de vista espiritual, não significa muita coisa.

A cor é uma referência apenas para que possa ajudar em nossa firmeza com a cor vibratória daquele orixá, por exemplo, como a cor vibratória de Oxóssi é o verde, acendemos a vela verde afim de entrarmos em sintonia com essa vibração, mas a eficácia do trabalho é muito mais a mente, ao poder ali direcionado juntamente com a fé, onde a cor não tem nenhuma importância.

Posteriormente elucidarei mais sobre o assunto e tentarei esmiuçar um pouco mais esse tópico.

Essa semana estive muito ocupado com o trabalho e só consegui me dedicar ao mundo extrafísico, ontem e hoje.

In Lak’ech

Neófito da Luz.

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  1. Boa tarde, mais um bom tema e bem tratado…

    Em relação as cores das velas, embora concorde com tudo deixe-me só dizer que acho que tem ainda outra função, que é a organização. Isto é, imaginando um consulente que leva várias velas para casa, a confusão que não seria para este se fossem, todas, por exemplo, brancas. E há também uma componente didacta, ou seja, com uma vela amarela na mão é bem mais fácil explicar quem é Iansã, e ao consulente começar a aprender estes conceitos que lhe são novos.

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