Umbanda

Tupã e a Criação do Mundo

Tupã

Autora: Rosane Volpatto
Site: http://juremeironeto.wordpress.com/rei-tupa/ (Um site muito bacana por sinal)

No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino.
Criou então:

A formosa Deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa.
Jaci era irmã de Iara, a Deusa dos lagos serenos.
Criou ainda, o forte Deus Guaraci, Deus do Sol, irmão de Jaci, o qual dá vida a todas as criaturas e preside o Dia.
Fez nascer também Icatú, o belo deus. Formou um lugar de delícias para os bons e um lugar tenebroso para os maus. Neste lugar vagam as almas sem vida e os espíritos dos guerreiros sem glórias ou fugidos das tribos.
Tupã, após uma batalha, lançou para este lugar sombrio, seu temível e poderoso inimigo Anhangá. deus dos Infernos, chamando estes lugares de regiões infernais.

Juntamente com este impiedoso deus, à este mundo subterrâneo também forma dirigidos:

o Jurupari que ficou conhecido como mensageiro deste deus cruel;
Tice, que tornou-se esposa do deus das trevas;
Xandoré (ave falconídea), o deus do ódio;
Caramuru e o Boto;
Abaçaí e Guandiro e muitos angás. Este era o reino do pavor, do ódio, da dor e da vingança.
No alto dos céus, sentado em seu trono, Tupã criou milhares de criaturas celestes que executavam suas ordens e o louvavam.

Fez nascer sobre os verdejantes mares os Sete Espíritos e os gênios que sob as ordens do Boto Deus dos abismos dos mares, governavam os oceanos e habitavam na sagrada Loca, que é a habitação dos deuses marinhos no fundo das águas.
Criou Pirarucú, Deus do mal e deu vida ao alegre Curupira, Deus protetor das florestas. Do mesmo modo, nasceram as Sete Deusas:

Guaipira, a deusa da história
Pice a deusa da poesia
Biaça, a deusa da astronomia
Açutí, a deusa da escrita
Arapé, a deusa da dança
Graçaí, a deusa da eloqüência
Piná. a deusa da simpatia
Depois criou para a alimentação dos deuses, o divino Ticuanga, o bolo feito de massa de óleos e outras iguarias deliciosas para alimentar e deleitar os imortais.
Mandou em seguida, preparar o sagrado Tapicurí, o vinho dos sacros deuses
E Tamaquaré, a fina essência aromática usada pelos Senhores da Eternidade. Estabeleceu as horas, os minutos e os segundos. Fixou as estações e as mutações.
Deu uma forma estável e regular ao Universo e instituiu o Nadir e o Zênite. Fez nascer a reciprocidade e criou:
Catú, o deus outonO
Mutin, o deus da primavera
Peurê, o senhor do verão
Nhará, que preside o inverno

Criou também Tainacam, a deusa das constelações.
Igualmente deu vida as Tiriricas, as deusas da raiva, do ódio e da vingança.
Colocou nas densas florestas o Caipora, deus vingativo, protetor das casas e dos animais e lhe deu o feroz porco caitetú, sobre o qual cavalgava o temido deus, protegendo os filhotes dos animais.
Criou Aruanã, o deus da alegria e protetor dos Carajás(tribo de Goiás) e faz germinar no norte do Brasil as ricas e belas carnaubeiras, chamadas de árvores da vida.

Para concluir sua obra, Tupã veio ao mundo e fez o homem e deu-lhe como companheira a mulher e logo eles se multiplicaram e encheram toda a terra.

O poderoso deus tomou então das suas criaturas e ensinou-lhes a arte de tirar do seio da terra, ricos legumes e frutas, trabalhar com barro e argila e do ferro Ubiratã, fazerem as mais fortes lanças e armas de guerra.
Depois transmitiu aos homens todo o conhecimento sobre os remédios para todas as doenças.
Finalmente, ensinou-lhes as artes que tornam a vida mais suave a amena.
Abençoou o Sagrado Ibiapaba, Monte Sagrado dos Deuses Brasileiros e nele permitiu a permanência das Parajás, do bondoso Inoquiué, das Parés, de Solfã e de outros deuses imortais. Até ele próprio lá comparecia, vez por outra.
Alegres viviam os homens, felizes cresciam as crianças. Todos os deuses gloriosos e imortais amavam-nos e davam-lhes formosos e ricos rebanhos de capivaras, pacas e cabras.
Ao morrerem, os homens não sofriam, pois mergulhavam em doce sono, seus corpos voltavam à terra e suas almas subiam aos céus.
A vida proporcionava todo o bem imaginável.
A terra era fértil e produzia-lhes todas as árvores frutíferas que precisavam.
Se algum mortal faltava com a veneração dos imortais, entretanto, era duramente castigado.
Os deuses reuniam-se em assembleia na Monte Ibiapaba e enviavam as mensagens aos homens pelo alegre Curupira, o qual, possui os calcanhares para diante, os dedos para traz e habita as floresta, castigando todo aquele a destrói ou incendeia e é mais célebre do que Polo, o deus do vento.
Mas, eis que um dia, Anhangá, cheio de inveja, transformado numa bela e astuta jararaca gigante, soprou no ouvido dos homens a maldade e ainda que os outros deuses protetores vagassem em torno deles para ajudá-los, nada conseguiram.
Então começaram os homens a serem dominados por grande ambição e as Parajás, deusas do bem, da honra e da justiça, que eram inseparáveis, envolveram o corpo com brancas plumas e abandonaram os mortais,
Voltando para junto dos deuses eternos e a escura Deusa Sumá (deusa inimiga dos homens), envolvida em negra manta, feita de cipó chumbo, vagou pela terra, espalhando ódio e discórdia. Deste modo os maus sentimentos ganharam o mundo e os mortais tiveram o conhecimento do mal, da injustiça e amaram mais a maldade do que as belas virtudes.

No alto dos céus, com os outros deuses, Tupã dominava, desde o começo dos tempos e numa grande batalha, vencera o cruel deus Anhangá, senhor dos infernos e seu irmão, o Deus Xandoré.

Com o seu poder, Tupã aprisionou o deus do ódio na sagrada serra do Ibiapaba.

Algum tempo depois, ele foi solto por Jururá-Açu a bela imortal.

Por castigo, Tupã, fez nascer nas costas desta deusa uma espécie de concha, e cobriu-lhe o corpo todo como uma cor amarelada e Jururá-Açu transformou-se na feia e horrível tartaruga que habita as águas doces dos rios.

Assim, pode Tupã se gloriar de ter vencido todos os que se opunham à ele.
Mas agora Tupã arrependeu-se de ter criado os homens! Voltou ele então à Ibiapaba e se reuniu em assembleia com os imortais. Depois de muita discussão, chegaram à um consenso que deveriam destruir a terra e todos os homens.

Já Caramurú, deus que presidia as faíscas e as ondas revoltas dos grandes oceanos, por ordem do Conselho Divino, queria derramar sobre a terra os seus raios e curiscos, mas o deus do trovão decidiu que a terra deveria ser engolida pelas águas da chuva.
Desta forma, Polo aprisionou os ventos na forte e gigante palmeira ubuçú, mo Monte Araçatuba.

Boto desceu à terra, convocou todos os grandes e pequenos rios e Iara, raivosa, ordenou as fontes e as chuvas que caíssem abundantemente durante quarenta dias e noites, sem cessar.
Os Sete Espíritos dos grandes oceanos por ordem do Boto, atiraram para a terra seca, bravias ondas dos mares e fortes aguaceiros despencaram dos céus.

As janelas celestes se abriram e as plantações dos Tupis quedaram-se sob o peso das águas e da tempestade.

As águas invadiram toda a terra levando com elas as ocas, as tabas, as árvores e os templos. Os animais se debatiam nas ondas. Tribos numerosas eram engolidas pela inundação e os que escapavam das águas, morriam nas alturas dos montes por determinação de Tupã.
Quando Tupã olhou para a terra, viu o mundo submerso em águas mortas e apenas um casal de homens reverentes para com os eternos, contemplava os céus: Açu e Pirá.

Neste instante o senhor dos mundos, fez baixar as águas e surgiram novamente as montanhas, a planície e a terra seca.
Açu olhou a sua volta e viu tudo mergulhado no silêncio da morte. As lágrimas começaram a molhar sua face, quando perguntou a Pirá:

– Somente nós não sucumbimos no cataclismo, o que faremos sós e abandonados nesta imensidão?
Os dois suplicaram entre salgadas lágrimas que a meiga e doce deusa Caupé para que os ajudassem a recuperar toda a geração morta Ouvindo tais súplicas a deusa desceu e falou-lhes:

– Olhai três vezes para os céus e dizei:

? Descobrimo-nos perante vós deuses imortais, curvamos as nossas cabeças perante vossas ordens.

Depois, tomai grande porção de areia e atirai para o alto.
Não hesitando um só momento em executar os tais ensinamentos da deusa e mal atiraram os grãos de areia, viram que deles surgiram imagens, formas humanas.
E, desse modo, com o auxílio divino, nasceram milhares de homens e mulheres e essa geração humana vindo de um só Ramo Tupi, encheu todo o lendário Brasil.
—-> Depois de algum tempo, Açú e Pirá tiveram um filho, Tujubá, o ascendente dos tupinambás.

Os filhos deste foram:

Arumã, o herói,
Moema,
Taparica, que foi pai de Paraguassú,
Irapuã,
Tibiriça que foi pai de Bartira, esposa do guaraciaba (João Ramalho), fundador de Piratininga,
Tamará, Jucuré o semi mortal,
Icundi, e o belo Gunzá,
Araribóia, o valente,
Taparica, o invencível,
Paumá, o navegador,
Inhampuambuçu, o vingativo,
Poti, o guerreiro
e Mendicapuba
e a formosa Agniná.
———>>>>>Nota:( Juremeiro Neto )
O Primeiro Reino da Jurema e Chamado de Reino de Tupã ou Reino do Juremal.

Temos que separar pois os Índios Tupis, grande parte das aldeias era dos seus descendentes os índios Tupinambás que por sua vez o cacique maior da aldeia tinha o mesmo nome e depois de ser passado para a Jurema Sagrada o cacique Tupinambá foi encantado no Reis Tupinambás.

Na Jurema Sagrada são levados a Reis pessoas que em vida fez grandes feitos pela sociedade, tais como:

Reis Tupinambás
Reis Canindé
Reis Malunguinho
Reis Salomão etc…

O Reis Tupinambá tinha vários irmãos, Tamandaré, Tupi, Tupíara,Tupinaré entre vários outros e também algumas índias que foram consagradas, por tanto entre os Tupis tinha um grande líder que era um índio chamado Tupã em homenagem ao nosso grande Rei Tupã.

O Caboclo Tupã na jurema como fez também grandes feitos ao se encantar tem vários que o chama de Rei Tupã que e o Rei Tanaruê, outros lhe chama como Príncipe Tupã para não se confundir do o Grande Rei da Criação Tupã. Passa assim o chamar de Rei Tanaruê, o filho do grande criador.

A minha raiz de Jurema e do Reino de Tupã, sendo todos os primeiros juremeiro consagrados por um Pajé e levando para o mundo a ciência da Jurema Sagrada.

A Jurema Sagrada surge então dentro das Aldeias dos descendente Tupis. A minha dos Tupinambás.

Lembramos que os pajé em suas pajelança invocava os espíritos dos grandes Guerreiros fazendo seções espiritas chamado pajelança e os seus inciados da aldeia manifestava nas seções.

1º Um Pajé do Índios Tupinambás

2º Madrinha Nasira consagrada para o Caboclo da Pedra Preta. Sua ultima morada foi em Jequié Bahia.

3º Mestres Lucas consagrado aos 7 anos de idade para o Mestre Preto Zé Pelintra e Mestre dos Anjos

4º Juremeiro Mestre Neto, consagrado para o Príncipe das Águas Claras Pajé Rio Verde.(meus discípulos)

5º Juremeiro Guardião Junior, consagrado para o caboclo Sultão.

6º Juremeiro Zé Kokinho, consagrado para o Mestre José Francisco.

7º Juremeiro Graúna, consagrado para o Mestre Manoel da Serra.

8º Juremeiro André Luiz, Consagrado para o Reis Tupinambás.

9º Juremeira Michele, Consagrada para Mestra Paulina.

10º Juremeira Maria Lúcia Consagrada para a Princesa da Flor da Jurema Preta Mestra Maria Luziara.

A Jurema Sagrada do Reino de Tupã, tem como lema da sua própria origem, em qualidade e não em quantidade.

Isso não implica que as demais ramificação de outros 11 reinados não tenha qualidade e que a jurema de caboclo tem como objetivos verificar a natureza de seus iniciados para ver se realmente e um verdadeiro Juremeiro do Reino de Tupã ou não.

Um dos mais populares reinado da jurema e o REINO DO ACAIO, O REINO DO VAJUCA, QUE TEM MAIORES SEGUIDORES E GRANDES NOMES DE MESTRES TAIS COMO:

MESTRE BABA CAROL (SEMPRE PRESENTE),PAI RIVALDO (SEMPRE PRESENTE)

MESTRE FREITAS, MESTRE MELQUI, MESTRE CLEONE, MESTRE CLAUDINHO, MESTRE BABA MARCELO, ENTRE TANTOS OUTROS MAIS DO RIO GRANDE DO NORTE.

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