Umbanda

“Testando” as Entidades.

Saudações Fraternais.

Galera, chegou um e-mail de um questionamento, inclusive delicado de um centro aqui em Guarulhos.
O Babalaô acende pólvora na mão dos filhos para ver se está incorporado. Sendo um pouco menos formal, esse cara merece ser mergulhado em um caldeirão ardente de dendê pra ver se ele tem guia também.

Essas e outras práticas de extremo primitivismo me remetem aos tempos tribais, onde eram necessários testes extremamente ignóbeis para comprovar a veracidade de alguma coisa.
Em minha humilde opinião, existem outras formas de “testar” a entidade sem comprometer a integridade física do medium que está incorporado.

Imagine o constrangimento do medium que no dia não está tão firme e para não causar melindres ou não debilitar a sua credibilidade, acaba aceitando submeter-se a isso? Sim, teremos um grande problema!
E senhores, me desculpem. Guia que realmente está firme não se sujeita a vaidades pueris e ignorância do sacerdote, aliás, nem chamo de sacerdote uma pessoa dessas, é no mínimo um líder tribal.

Não são todos os dias que estamos com a comunicação perfeita, cabe ao dirigente do templo enviar o medium apenas para curas ou passes, ou o próprio medium ter a decência de não trabalhar ou evitar trabalhos mais pesados.
Já presenciei mediuns não tão firmes e que sua entidade veio falar de traição, que a “rabo-de-saia” do consulente era adúltera e que havia saído, detalhe? Ela estava comigo no dia.
Isso sim é um medium que deve arder no caldeirão do inferno [risos]. Esse mesmo medium quando veio me chamar pra conversar, eu perguntei de um tio, algo que nunca tive, e ele disse que meu tio em breve iria morrer (BACANA).

É esse espetáculo circense que cada dia degrada ainda mais a imagem da religião. Mas depois mando o meu desabafo pessoal, vamos nos atentar apenas ao assunto do post.

Um terreiro de candomblé que eu visitei, mandava os mediuns incorporados colocarem a mão num caldeirão fervente de água, e alguns guias colocaram a mão e ficou o vermelhão no braço do medium.
Um boiadeiro fazendo isso, fez um grunhido de dor. Vamos considerar alguns fatores:

1) Desculpem-me a expressão, mas quem é o infeliz ser de luz que causa isso ao seu filho? A um filho que desprende do seu tempo, de suas atividades para servir à Luz?
2) Que guiazinho é esse que é controlado por um dirigente errôneo e terrícola? O que ele quer provar para um ser de carne que está bem abaixo dele?
3) Que sacerdote é esse que não confia no axé do seu filho?
4) Estamos em que ano no calendário mesmo?

Pra algumas coisas eu sou categórico e até radical, acho inadmissível esses tipos de testes dentro dos terreiros, qual o propósito de testar a entidade? Ver se está incorporado? Bacana, o interessante é que o próprio guia
do dirigente também “erra”, nessa mesma casa, só tive previsões infundadas. Porque seus próprios guias não o testam no caldeirão? Acho interessante isso.

Aí eu ouvi do dirigente do centro: O medium firme não sente dor, o medium firme não é queimado. Outras afirmações de pessoas com pouco estudo e pouco conhecimento sobre os mecanismos de incorporação.
Queridos senhores, a matéria de quem a entidade usa? Querem me dizer que no plano físico quando estamos incorporados os guias desafiam a lei da física, seria isso? Alguém já viu guia voar? Levitar?
Alguém já viu algum guia trabalhar com alguma labareda entre as mãos?

Caros, convido-os a serem mais inconformados, a se questionarem mais sobre as coisas, quem tem que provar algo pra quem?
Uma outra questão: Obviamente a carne sofrerá por isso, o guia usa nossa matéria, como não queima? Por isso é de extrema importância removermos o véu de ignorância que tapam nossos olhos.

Então mediuns, não caiam nessa parafernalha de testes, podemos nos testar de formas simples, firmar o nome da entidade e ver se a mesma existe, após um passe, o consulente sair bem, uma palavra de consolo de algo que você não sabia, existem tantas formas de testes. Uma pessoa com más vibrações e após a atuação do seu mentor ela melhorar, são inúmeras as formas de se “testar”, não é necessário nenhuma depredação, agressão à sua integridade física.

Se um dia forem submetidos a testes tão infantis e superficiais, saibam que é o momento de mudar de centro, uma casa que ainda trabalha nesses princípios, ainda está bem longe da Luz e da Senda da Evolução.

É um tipo de postagem polêmica e a forma que eu coloco, pode piorar, mas essa é a minha visão, sem polimento, simplesmente a minha visão, sem escolher palavras, sem escolher o texto.

Não tanto em Paz Profunda assim, depois de ler o e-mail da irmã. [risos]

Neófito da Luz

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This Post Has 5 Comments

  1. Acho que o teste não é para as entidades, e sim para os médiuns e, desde que não coloque em risco o médium, acho que pode ter aspectos positivos.

    Bom, do ponto de vista do consulente, que vai abrir parte de sua vida na consulta e até fazer confidências para alguém que atesta estar incorporado por um ser já desencarnado, acho razoável o pedido de um tipo de teste brando, mas sério, para o médium.

    Já ouvi falar de um terreiro onde era pedido às entidades incorporadas que dissessem quantos caroços de milho havia escondidos na mão de determinada pessoa. Teste inofensivo e, desde que a incorporação seja legítima, totalmente possível de ser respondido. Agora, se o médium não se sentir seguro para ser submetido a esse tipo de teste, acho que pode ser um sinal de maturidade admitir isso e não dar consultas naquele dia…

    Parabéns pelo Blog!!!

    Grande abraço,

  2. Exato irmão Bruno, realmente não é para as entidades e sim para testar os métodos, e o que tentei elucidar no post foi os tipos de provações dos quais os filhos se submeter afim de saberem se estão incorporados.

  3. Há alguns anos atrás, quando iniciei minhas idas em casas de religião, vi filhos que estavam incorporados, mas não tão firmes, ainda em desenvolvimento, ao passo que em uma sessão, em uma das casas por onde andei, alguns deles tentaram interferir nos trabalhos da sua entidade guia que estava tentando domá-lo. O dirigente da casa, já incorporado, chamou a atenção desses para que não interferissem nos trabalhos de seus mentores, já que estavam conscientes…Ele fora categórico dizendo que, naquela casa trabalharia quem quisesse compromisso com a religião e com os trabalhos e que se a intenção era enganar os presentes ou fazer teatro pra se mostrar que estivesse a vontade para se retirar, pois ali não era lugar pra brincadeiras. Depois de descarregados, esses filhos foram chamados pelo dirigente ainda incorporado que conversou com eles em particular, eu ainda era consulente nessa época, ainda estava aprendendo a aceitar a religião e perder aquele misticismo que tantos colocam sobre ela… e por este fato eu continuei nos trabalhos, principalmente porque encontrei a segurança ali de que o trabalho e desenvolvimentos dos meus mentores espirituais ali valeriam a pena…

    Tenho a impressão as vezes de que algumas pessoas levam a religião como uma brincadeira… ” eu vou lá se incorporar incorporei, se não, quem vai saber?” Infelizmente este pensamento existe, essas pessoas esquecem que a mediunidade não consiste somente em receber a entidade, mas que existem médiuns que enxergam essas entidades, escutam seus guias, enfim… nem todos são facilmente enganados com incorporações forjadas. Também tenho o seguinte ponto de vista, se o médium dirigente está incorporado e este está firme, então a entidade que está se manifestando através dele deve saber se o médium filho da casa está trabalhando de má fé… cabe a ele impôr os limites para aquela entidade e/ou médium trabalhar naquele momento… De repente aquela entidade está ali somente para descarregar o filho e não para os trabalhos de consulta. Acredito que testes são perdas de tempo já que o esclarecimento sobre a seriedade dos trabalhos religiosos deve vir daqueles que estão dirigindo os trabalhos, tanto como os guias espirituais quanto como o dirigente responsável pela casa de religião…

  4. Nao sou afavor de testes mas tambem o chefe de terreiro tem que perceber em que condicoes esta o medium no dia da gira e se for o caso conversar em particular ali mesmo nun cantinho e designar ele a um outro modo de praticar a caridade no dia. E nas sessoes de doutrina educalo pois atender o povo e muito serio para a credibilidade dele e do centro.

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