Umbanda

Umbanda – Monolatria, Monoteísmo, Panteísmo ou Politeísmo.

Saudações Fraternais Prezados Irmãos.

Antes de começar a redigir esse tópico, primeiro vou fazer um breve comentário dos  conceitos do título do post:

Monolatria: É a crença em mais de um Deus, porém é escolhido apenas um para se devotar, na mitologia Nordica era muito comum acreditar em Deuses de Asgard, mas geralmente a devoção era realizada para apenas um deles, seja Thor, Odin ou os demais.

Monoteísmo (do grego Mono: Um, Theos: Deus): É a crença da existência de um Único Deus, como as maiores religiões do mundo, Islamismo, Judaísmo e Cristianismo.

Panteísmo (do grego Pan: Tudo, Theos: Deus): É a crença de Uma Fonte de Energia, seja qualquer denominação como Deus, Universo, Cósmico e que Anima a todas as coisas. Está na Natureza, está nas pessoas. Essa Energia anima todo o Universo e é muito comum encontrar essa forma de pensamento em filosofias orientais como o Budismo, Taoísmo, Confucionismo, entre outros.

Politeísmo (do grego Poli: Muitos, Theos: Deus) : É a crença em Diversos Deuses, cada um atuan do em um Campo, cada um tendo o seu poder particular sobre pontos e circustâncias naturais, como a Justiça, como a Guerra, muito comum em religiões antigas como o Hinduísmo, Xintoísmo e as próprias religiões africanas.

E realmente nas práticas Umbandistas presenciamos essas quatro categorias dentro da prática, ou seja, a Umbanda é uma religião aberta, Universalista, o que por um lado é excepcional, abre as portas para diversos irmãos das mais diferentes crendices, por um outro lado, é péssimo, não existe a Uniformidade de Informações, cada um a compreende e pratica de uma forma diferente, não existe uma Regra e sim especulações onde cada casa trabalha de uma forma. No meu atual ponto de vista, não vejo nada bom nesse aspecto.

A Umbanda como Monolatria.

Algumas liturgias Umbandistas, principalmente as que usam como base o Candomblé acredita nos Orixás como Verdadeiros Deuses, como Ogum o Deus da Guerra, Xangô o Deus da Justiça e dos Trovões, em algumas casas, até mesmo o Deus do Fogo (Nem nisso há uma descrição uniforme sobre o assunto), onde esses Deuses punem, possuem total autonomia para fazer o necessário com os filhos da Terra. Era muito comum acreditar nos Deuses mas escolher um de sua Devoção, seja pela posição social ou pela região que o adepto ocupava. Até hoje se vê muitas casas praticando dessa forma, com isso, veio o termo Filho do Orixá.

A Umbanda Monoteísta

Algumas casas de Umbanda acreditam que os Orixás são vibrações da Natureza, dispersas no Cosmico, outras que são tronos Divinos, qualidades de Deus e outras acreditam que são apenas semi-Deuses, mas que existe apenas Um Único Deus, essa Umbanda tem uma raíz muito mais cristã que africana propriamente dita. Acredita em um Deus Unico e nas Palavras de Cristo.

A Umbanda Panteísta

Há aquela prática que acredita que Deus está em todas as coisas, é uma Umbanda mais mística, a Centelha Divina anima qualquer coisa existente no Universo, Deus, assim como os Orixás que são suas próprias vibrações, estão na cachoeira, nas matas, nas árvores, no ceu, no mar, em qualquer lugar.

A Umbanda Politeísta

Parecida com o conceito da Monolatria, acreditam na existência de vários Deuses chamados Orixás, e para cada situação da qual o filho passa, ele evoca um orixá diferente, seja Xangô em problemas de Justiça, seja Oxum em problemas com o amor, seja Obaluaie com problemas de doença. São Deuses que atuam em diferentes aspectos da Natureza e da Vida Terrestre. Não evocam a um Deus Unico e sim os Deuses em seus campos sagrados, como Ogum para vencer demanda ou quebrar olho gordo.

Existem também algumas casas que mesclam as categorias supracitadas, eu como venho de uma linha mais mistico-esotética, acredito em Vibrações, os Orixás são vibrações Naturais dispersas no Cosmico, quando fala que se é filho do Orixá, eu entendo que eu nasci com aquela Vibração Nativa, no meu caso Xangô, justamente com essa Vibração Nativa eu tenho um Papel determinado para preencher durante minha existência, ser Justo acima de tudo é uma delas, é uma vibração que também atua nos escritores, pesquisadores, advogados, então são as armas que eu tenho para que eu possa ter uma existência tranquila na Terra e sendo assim, prosseguir com a missão que me foi dada.

Não acredito e nunca acreditei em Orixás como Deuses, como seres que viveram na Terra Encantada, como seres que já encarnaram, talvez seus falangeiros possam até ter vivido na Terra em algum dia, mas Orixás são desdobramentos Vibratórios do Divino, mas como é um conceito muito complexo de se absorver logo de cara, talvez pelas alegorias, as lendas, tenham dando essa impressão sobre os Orixás.

A Monolatria acredita muito em Orixás como Deuses, mas escolhemos apenas um deles para Devoção, seja por afinidade, seja por região ou até mesmo porque você é “filho” dele. Já conheci muitos filhos que não negam a existência de outros orixás, mas sua devoção é apenas por Ogum, o Deus da Guerra, o vencedor de Demandas. Eu tiro base pelo meu Blog, o post mais acessado, SEMPRE, é sobre OGUM.

Já vi muitos filhos também louvarem a todos os Orixás, dependendo de qual era sua necessidade, apelava sempre para o Orixá correspondente à sua necessidade, problemas jurídicos, por exemplo, era Xangô que tinha sua devoção, problemas com o conjuge, era sempre Oxum ou até mesmo Obá, e assim por diante.

Já o Monoteísmo é muito comum em algumas casas de Umbanda, quando louvam a Deus e Cristo em suas aberturas, ou até mesmo a Olorun ou Oxalá, para alguns Zambi ou Obatalá. Mas a Umbanda raíz, mencionada por Sete Encruzilhadas era Monoteísta e seguia as palavras de Cristo.

O objetivo desse post era apenas uma pincelada mesmo para que todos pudessem refletir sobre o assunto de como vêem a Umbanda. Muitos hoje, ainda cultuam Orixás como Deuses, passíveis de paixões, o antropomorfismo ainda fala muito alto em muitas casas, principalmente as de nação. Xangô se enfureceu, terá o seu filho um alto preço por causar a fúria do mesmo. Muitos comentários sobre o filho apanhar de Ogum por ter quebrado algum preceito ou contrato. E assim vai, as raízes antropomórficas ainda são muito enfáticas nos dias de hoje.

Minha Concepção eu já mencionei, Orixá não tem paixão, Orixá é uma Vibração Pura, não carrega o ódio, não carrega a vingança, nunca vou “apanhar”de Xangô porque ele ficou bravo comigo.

Só para ilustrar o conceito de Antroporfismo de forma prática, lembrem-se na Mitologia Grega, Zeus Punia os humanos quando erravam na Terra,  Afrodite com seus feitiços, não hesitava em venenar alguém que fugia dos seus propósitos, Artemis puniu um Rei por falar que sua filha seria mais bonita que ela, e assim por diante. É colocar os Deuses com a psiquê humana, o que é muito comum hoje em dia.

Então como disse, foi apenas um post para reflexão, como enxergam os Orixás? Como pais? Como Deuses? Como Vibrações? Muitas pessoas com 10, 15 anos de Umbanda nunca chegaram a pensar sobre o assunto, então é sempre interessante construir os alicerces em cima de fundamentos, qual a sua concepção sobre isso?

Reflita, ouça seus guias, com isso, obterão as respostas que desejam.

Não quis dar uma conclusão ao artigo, apenas um meio de refletirem.

Que a Graça Cosmica estejam com vocês.

Meus sinceros votos de Paz Profunda.

Neófito da Luz.

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This Post Has 7 Comments

  1. Excelente texto. Nunca havia parado pra pensar nessas hipóteses. Gostei muito. Esse blog me traz muita paz e conhecimento.

  2. Muito interessante essa matéria, eu estou conhecendo as religiões de matrizes africanas para elaboração de um projeto científico, e é bem complexo entender o “papel” de cada ser, das casas, e a forma como funciona, mas estou gostando muito.

    1. Mayara, tudo bem? Se quiser mandar um email em pvt e eu puder ajudar mais, seria um prazer. Gosto muito do meio acadêmico principalmente voltado para pesquisas religiosas e filosóficas. Namaste

    2. Mayara, tudo bem?

      Eu também estou muito os cultos afros segundo outras liturgias, se eu puder te ajudar na pesquisa, ficaria feliz.

      A disposição.

      Namastê.

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