Umbanda

Relato Particular, Parte II

Claro que eu não desisto, eu tenho um Exú que ele é e não é da minha linha, é estranho explicar, ele se disse o chefe dos Guardiões mas não aparece no raio do enredo, eu desisti de tentar entender, mas normalmente é pra ele que eu peço para ele responder no ifá.

No jogo, era engraçado, ele jogava pra exú, apareciam cinco exús colados e um distante, ele repetiu por mais duas vezes (o dono do ifá) e com o semblante em dúvida disse:

Tem um exú seu aqui que ele não “come” com os outros né? Ele fica fora do enredo mas ele é que chefia seus exús. Ele deu o nome de 3 exús e um dos exús era ele, aí sim, é o sinal que eu preciso pra confiar no jogo

Segundo ele, geralmente quem tem linha para abrir terreiro, sempre tem o exú Escondido para quando forem “tacar fogo” não sabem quem vai mandar de volta, é claro que isso é uma teoria proveniente de cultos afros, eu particularmente não acredito, mas como já estava pagando pelo jogo, vou respeitar o sacerdote.

E ele enfatizou para eu ter casa e tudo mais, nessa mesma semana, decidi ir com meu irmão em um terreiro muito, mas muito antigo em Guarulhos e foi onde o baiano do sacerdote me chamou e disse quase as mesmas coisas do ifá, e o mesmo pediu pra eu retornar na quarta-feira para falar com o caboclo.

Gira de quarta-feira, desce o Sr. Pena Roxa, o caboclo do sacerdote e me chama pra conversar e diz: Olha fio, você foi pai pequeno, se afastou da missão, te compreenderam, te deram um tempo, mas agora é hora de você reunir o exército, é hora de vocÊ prosseguir com sua missão, você conseguiu seu conforto, agora vamos voltar a trabalhar, não te chamo pra trabalhar aqui porque os seus querem a casa, mas posso te ajudar, sua evolução sera mais rápida do que dos outros mediuns, que você estava a um certo limite, mas na minha casa, você começará do primeiro degrau, sem tratamento especial, como um medium iniciante.

Engraçado como nesse momento eu senti o Sr João do Coco, um baininho de 10 anos que me ajudou no desenvolvimento e vinha com muito mais frequência no começo do meu desenvolvimento e senti fortemente a vibração do Sr Pena Verde, um dos primeiros caboclos que trabalhei. Confesso que a emoção foi indizível ao sentir a vibração de dois tão queridos e longínquos amigos, um momento de uma felicidade extrema em sentir duas vibrações que pelo menos há seis, sete, oito anos não sentia.

Isso foi em um sábado, no domingo foi dia de rever minha irmã kardecista e ela me olhou e disse: Nossa, você está muito diferente, está mais claro, onde tem ido? Aí eu disse a mesma tudo o que aconteceu e desde então mesclo passes kardecistas com umbandistas e estou a procura de uma casa.

Esse processo de limpeza, aconteceu muito mais rápido que eu esperava, estou voltando a sentir fortemente as entidades e sempre, como era antes, anteontem comecei a sentir a vibração do Sr. Treme-Terra, um caboclo que há muito tempo eu também não sentia, esse eu posso colocar facilmente 10 anos. E com muita alegria eu o senti claramente e o sinto desde então.

Agora algumas dúvidas surgem na minha cabeça: Será que realmente é o reinício? Voltarei a trabalhar com aqueles que me desenvolveram? Será que agora é o tal momento de ter a casa? Me lembro muito bem o Sr. Chico Preto me dizendo que  com trinta e três anos terei o meu terreiro, e parece que estou MUITO atrasado.

É interessante, que quando eu acordo, já sinto alguém de prontidão, parece que justamente por eu voltar a abraçar a causa, procurar, me limpar, procurar pessoas para ajudar, a protecão aumentam é um negócio louco.

Confesso, eu achei que meus estudos eram o suficiente, que eu entendia muito bem a espiritualidade, as vibrações, mas isso, tudo o que tá acontecendo, me faz remeter a uma frase antiga minha, quanto mais expandimos nosso conhecimento, mas fica evidente nossa ignorância, e assim estou eu, tentando entender tudo o que está acontecendo em minha volta.

Eu confesso a vocês, tenho algumas dúvidas em relação ao verdadeiro objetivo umbandista, eu sou extremamente questionador, pesquiso e vou a fundo e  uma reunião kardecista, a penúltima que participei, o dirigente disse:

“Eu era muito turrão, não gostava da Umbanda, achava tenso e denso, até que eu tive um grande problema físico e que os passes demoravam muito a curar e fui em um terreiro, onde a Mãe Maria Conga me curou e fez eu mudar toda uma concepção da Umbanda, hoje entendo, que são nossos irmãos espirituais, que atuam na mesma Estrada, porém em outra via”

E assim, recebi como uma mensagem para voltar a me dedicar inteiramente e exaustivamente aos trabalhos espirituais, sempre fui dedicado e sempre fui intense e exigente, e agora, acho que estou engatinhando no amadurecimento para poder ser alguém melhor e sendo assim, um dirigente digno e honesto!

Salve todos os orixás.

Salve todos os guias.

Salve nosso Senhor Jesus Cristo.

Na Verdadeira Paz Profunda de todo o Cosmico.

Assim seja.

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