Umbanda

Umbanda – Uma Difícil Religião

Decidi escrever  sobre a dificuldade da religião, por toda a experiência que eu tive e por todos os demais fatores que eu presenciei. Muitos médiuns desistem, pela dificuldade que ocorre no desenvolvimento da Umbanda. Eu estudei várias religiões, inclusive, fui iniciado em algumas delas e outras confrarias iniciáticas. Posso dizer sem titubear que em termos de caridade, não conheço no mundo outra religião que prega tanto a caridade, a fraternidade e a abnegação em prol do sorriso alheio. Umbanda pode se resumir em uma simples Palavra: Doação.

Estou realizando esse post, já com a consciência que posso desagradar a muitos, talvez até reduzir o meu número de pageviews diários que oscila a 300/dia. Mas sinto-me na obrigação de falar, muitos que me conhecem, sabem que não é da minha natureza ser político e nem tampouco omisso. Mas, darei continuidade ao meu objetivo.

O desenvolvimento mediúnico é demasiadamente difícil e desgastante, o pior de tudo é que apesar de depender apenas de nós mesmos, depende de uma série da fatores para um processo com êxito, o problema é que infelizmente eu presencio dia após dia, a redução de sacerdotes e dirigentes capacitados para auxiliar o médium em sua busca pelo desenvolvimento.

Hoje qualquer um abre uma casa, a Federação foi corrompida e junto com isso, a redução de fiscais que poderiam avaliar as casas, hoje muitas casas de Umbanda tornaram-se uma verdadeira apoteose, algumas casas mais vale o batuque, os médiuns dando show de dança à prática da caridade. Em algumas casas, os dirigentes são tão inflados de vaidade, que contagia os médiuns, acreditem, já vi casas que baiano só toma bebida de coco Malibu, R$ 40,00 a garrafa, baiano grã-fino minha gente, evoluiu a vibração e seu poder aquisitivo [risos].

Hoje se eu me decidir capacitado a abrir um terreiro, simplesmente abro e espero começar a vir os filhos, e acreditem, aparecem aos montes. Assim como muitas igrejas evangélicas, começam a verem na Umbanda, também uma forma de pagar as contas. Em minha casa mesmo, dois médiuns extremamente incapacitados, abriram casas e estão com 12, 15 filhos.

Além de todos esses fatores citados, ainda fica a cabeça do médium, a iniciação à mediunidade é demasiadamente complicada, são necessários vários processos complicados e que deixam os médiuns loucos. Quem que está lendo esse post e durante uma incorporação nunca se perguntou: Estou louco, estou com algum guia mesmo? Estou vendo tudo!

Isso é uma sensação péssima, de achar que está fingindo, isso é uma sensação insuportável, aliado a isso, é quando o próprio médium não tem apoio do dirigente.

Às vezes você sente que seu mentor é tal, é um caboclo plasmado de tal forma, e o sacerdote sem o dom da clarividência, o que é um fato extremamente comum atualmente, diz que você está errado, que é da sua cabeça, atrapalhando ainda mais o médium.

Outros médiuns possuem mais de um caboclo, e o infeliz sacerdote fala que é o mesmo vindo de forma diferente, claro, isso pode ocorrer, mas não é uma regra.

Junta esses fatores com a própria estima do médium e pronto, temos um médium frustrado triste e descontente, o que implica enfaticamente na sua incorporação, um dos motivos que explica a falta de pessoas confiáveis durante uma consulta hoje.

Temos também o animismo, na casa da qual eu fazia parte, um médium que gostava demais dos meus guias, em suas incorporações começou a “copiar” todos os trejeitos de meus guias, principalmente o Chico Preto pelo seu carisma, o que gera motivo de chacota dos outros irmãos da corrente. E como somos totalmente ativos em nossas incorporações, nossa cabeça pode atrapalhar, fazendo com que achemos que nossas entidades são parecidas com as que gostamos.

Somado a tudo isso, ainda temos uma casa que segue uma cartilha antiquada e sem o mínimo de fundamento, doutrina baseada no achismo e em vários cultos supersticiosos, o médium não pode fazer isso nem aquilo que dá a maldita e tão falada QUIZILA.

Sei que 90% dos médiuns já passaram por tudo o que eu falei, meu objetivo com esse post é justamente transmitir que não estão sós, a grande maioria de nós já passaram ou passam por isso, meu desenvolvimento foi algo muito complicado, durante três anos ouvi do meu primeiro babalaô que eu fingia, que não tem como o Urubatão ser meu cabeça e eu trabalhar com o caboclo do SOL e o Rompe-Mato, que é para eu firmar a cabeça que eu tinha egun, isso causou um estigma gigantesco em minha cabeça, me fazendo pensar em desistir centenas de vezes, até um dia, um assistente na casa me chamar de canto e dizer:

– Filho, sua corrente mediúnica é maravilhosa, mas você não pertence a esse lugar, toma meu telefone.

A princípio eu já achei que era um babalaô de candomblé que já queria fazer minha cabeça, e cobrar R$ 4000,00 mais impostos [risos], mas não, era um centro de Umbanda muito sério, onde ele mesmo deu o nome dos meus caboclos e me explicou o porque de certas diferenças em minha linha, aí a situação emplacou e graças a Deus, estou galgando vagarosamente e feliz para a Senda da Evolução.

Nem todos os médiuns podem ter a mesma sorte que eu, mas confiem, acendam velas para seus guias e orixás, eles o ajudarão a levar para um local decente e que gostem de trabalhar, graças a Deus ainda existe locais idôneos e confiáveis.

Médiuns! Confie em vocês e em seus guias, a qualificação da sua mediunidade vai depender da sua confiança em si mesmo.

** ESSE POST FOI APENAS UMA PEQUENA INTRODUÇÃO, FALAREI MAIS SOBRE CADA TÓPICO ACIMA DESCRITO. SÓ VOU AVALIAR A QUANTIDADE DE XINGAMENTOS DO POST [RISOS]

Aranauam

Neófito da Luz

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This Post Has 11 Comments

  1. Olá..
    Encontrei o teu blog, e sei que não foi por acaso. Estou aprendendo sobre Umbanda e está sendo difícil. No espaço que frequento, a linha de trabalho é de aconselhamento. O médium incorpora um Bará. Ele me disse que sou meu Orixá é Ogum, e sou filha de Tranca Ruas. Li que pela astrologia, eu seria filha de Iemanjá, pela data de nascimento. Estou confusa. Só me foi indicado livros para ler. Muitas vezes em Centros, me falaram sobre minha mediunidade e que deveria desenvolver. Mas como??
    Gostei do que escreveste porque me sinto assim. Confusa, perdida.
    Um abraço

    1. Prezada irmã Liete, muito obrigado por sua visita, o último post do blog dá uma ajudinha sobre como desenvolver a mediunidade.
      Qualquer dúvida, estou a disposição.
      Paz Profunda.

  2. Caro Irmão.
    Creio nas dificuldades descritas em seu post, porém, se me permite, com 33 anos de caminhada dentro da Umbanda, preciso fazer algumas considerações, senão vejamos: Primeiramente, não acho nem de longe que a Umbanda seja uma religião difícil. Pelo contrário, pois, quando fazemos parte de um movimento gerador de caridade, nada pode ser difícil. Difícil seria termos de assistir o sofrimento alheio sem poder contribuir na diminuição da dor daqueles que sofrem. Agora, dizer que o desenvolvimento mediúnico é complicado, que cobra do médium muita concentração, estudo e aprofundamento em seu próprio interior, isso sim é verdadeiro. E nem poderia ser diferente, afinal, como a grande maioria de nós, médiuns de incorporação somos médiuns semi-conscientes, ou seja, percebemos quase tudo ao seu redor durante o transe mediúnico, é natural que as dúvidas pelo amigo citadas sejam parte constante até um determinado momento desta etapa preliminar do desenvolvimento do médium. O que ocorre, infelizmente – e aí o amigo também tem razão -, é que o Brasil anda cheio de falsos dirigentes comandando falsas casas de santo que mais parecem rodas de negócios e/ou teatros populares. Nestes casos, coitado daqueles que desavisadamente acabam fazendo parte das fileiras mediúnicas destas casas. O melhor a se fazer nos dias atuais, é pesquisar muito o chão que se pretende fixar raízes para depois não se arrepender da escolha mal feita. Se se deseja dar início ao desenvolvimento da mediunidade, a internet, atualmente, é um excelente meio de pesquisas e informações a respeito de casas de santo, assim como as pessoas que fazer parte dos bancos de consulentes destas casas. Parentes ou mesmo conhecidos também poderão dar informações valiosas a respeito. No entanto, o melhor de todos os conselheiros será sempre o nosso bom e velho bom senso. Lembrem-se: Templo de Umbanda não é terreiro de milagres, portanto, dê o melhor de si para a Umbanda para que atreves dela a dor e o sofrimento alheio possa ser diminuído. E ao amigo, que pelo visto também tem suas responsabilidades dentro da Umbanda, deixo as palavras de Madre Teresa: “Não me convidem para passeatas contra a guerra, pois não irei a
    nenhuma delas. Convidem-me para passeatas a favor da paz, pois lá, estarei em todas”. Em outras palavras, quanto mais falarmos das coisas que nos desagradam, mais elas se fortalecerão e se enraizarão no ceio da sociedade. Vamos então falar das coisas boas!?!?! A Umbanda está cheia delas.

    Axé Irmãos.
    Alberto de Oxalá.

    1. Prezado irmão, rspeito e muito sua opinião, mas eu tenho um método de trabalho diferente, é ressaltando as deficiências que alcançamos a perfeição, muitos médiuns participam da Umbanda iludidos por uma ilibada beleza que muitas vezes não existe dentro do terreiro do adepto. Tento ser imparcial e informativo, posso ficar inúmeras horas ressaltando as maravilhas da Umbanda, mas acho que é minha obrigação, trazê-los à realidade.
      É uma religião difícil, somos totalmente dependentes de nossa instrução, do sacerdote e de uma séria de outras coisas. O desenvolvimento é complicado, um bom medium é complicado.
      É fácil para aqueles que incorporam de forma incompleta e ficam o resto da vida dando passes, agora o medium que quer trazer à tona toda a luz de sua entidade, o caminho é árduo, difícil e demorado.

  3. Prezado irmão de fé

    Gostei bastante do que escreveu. Parece-me um texto lúcido e inteligente. Identifiquei-me com ele.
    Qual é a casa que “aquele assistente” indicou para você frequentar e que hoje é o seu Lar Espiritual?
    Axé!

    Abraço
    CARLOS.

  4. Olá amigo, gostei muito do seu texto… estou com muitas dúvidas sobre minha mediunidade, tenho sonhos e as vezes escuto vozes, queria usar isso para fazer a caridade. Pena que na minha cidade não encontrei ainda um centro de umbanda para mim iniciar a minha caminhada, tenho medo de ir em qualquer lugar para descobrir quem são meus guias, e tenho medo de algum centro me iludir e principalmente de fazer o mal para outras pessoas pensando que estou ajudando elas. Sou do interior do Rio Grande do Sul, trabalho e é complicado para mim ter que viajar todo dia a outra cidade mas, não vou desistir. Abraço
    Tiago.

  5. eu queria saber se a um um jeito de meus guias tomar total conciencia ou diser palavras quando eu estiver concentrado,porque tenho dificudade entender as ituiçao

  6. oi encontrei o seu blog por acaso e estou mt feliz com que encontrei estou em desenvolvimento como medium na umbanda e estava cheia de duvias e esse post me ajudou bastante quero te agradecer e estou feliz por vc ter encontrado o seu lugar como eu encontrei o meu
    um grande abraço

  7. Caraca bem isso mesmo, eu mal entrei em uma casa estava na assistência mesmo eu passei por isso.

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